quarta-feira, setembro 12, 2012

Síndrome do Poder :saiba como lidar com esse problema



Comportamento
› Mercado de trabalho
São José do Rio Preto, 9 de Setembro, 2012 - 1:45
Síndrome de poder: saiba como lidar com esse problema

Francine Moreno

www.sxc.hu/Divulgação
Postura inadequada e agressiva dos chefes narcisistas busca esconder deficiências e fraquezas
Que o mercado de trabalho está competitivo não é

novidade. Para isso, os profissionais têm se
especializado e adquirido competências necessárias
para deslanchar na carreira. Mas, enquanto há uma
evolução em torno dos subordinados, há também
um aumento de chefes autoritários, que abusa
do poder adquirido, agindo como carrascos e
até humilhando os integrantes de sua equipe.

Outra constatação é a seguinte: aquele colega,
que era ótima pessoa, após promovido, e de uma
hora para a outra, transforma-se em uma rainha
do gelo. O ditado “quer conhecer uma pessoa,
dê poder a ela” sai do papel e entra em cena nas
pequenas e grandes empresas.

Rosana Zanella, psicóloga e psicoterapeuta,
afirma que o chefe com síndrome do poder encobre seu medo do fracasso,
das críticas. “Constatação de não saber se relacionar, então existe uma
imposição, um autoritarismo que impede que qualquer pessoa possa
questionar o chefe e fazê-lo pensar.”

Ada Assis e Silva, coach executiva e gestora de negócios, afirma que grande
parte dos desgastes no trabalho são gerados por problemas de gerenciamento
dos líderes. “O chefe que se coloca em uma posição superior a de sua equipe
 é um dos menos favoráveis tipo de liderança. O abuso de poder e o uso do
autorismo caracteriza o pior chefe, que precisa provar que ele é o chefe. Ele
não sabe ouvir e não sabe dividir o sucesso da equipe entre todos.”

Segundo Ada, o “chefe-problema” é um tipo que nunca consegue parabenizar
ninguém, pois ele se põe em um patamar diferente dos de seus chefiados,
esquecendo que uma organização envolve o trabalho de um grupo de pessoas
e não só o dele. “A tendência do mercado é excluir os chamados chefes turrões
 ou durões, que faltam com respeito aos subordinados e não sabem lidar com
as diferenças no local de trabalho.”

Outros casos de chefes que destratam subordinados estão ligados ao
sentimento da concorrência. Algumas vezes imaturos, despreparados, inseguros
 e invejosos, determinados chefes têm medo da evolução e sucesso do
funcionário e teme que o mesmo vá tomar o lugar deles. “O chefe que grita, xinga e humilha está, na realidade, tentando esconder sua incompetência”, afirma Ada.

De acordo com a coach, uma pessoa não muda somente por ter o poder nas
mãos. “Ela apenas começa a mostrar traços que já fazem parte de sua
personalidade e caráter, e que passam a se manifestar em situações onde ela
está com o poder, sente-se estressada e menos ameaçada em perder seu
emprego.”

Tem chefes que ainda se acham no direito de dar palpite no dia a dia dos seus
funcionários. Para eles, ninguém consegue fazer nada tão bem quanto os
próprios e, de certa forma, isso impede o desenvolvimento da equipe. “Essas
pessoas usam sua competência e pretensiosa sabedoria muito mais para se
autovalorizar do que  para resolver os problemas e desenvolver sua equipe.

A tendência narcisista de se achar a última bolachinha do pacote faz com que
digam que já sabiam o que custamos a pesquisar e preparar com árduo trabalho
”, afirma Ada. Quando se trata de “chefes-problema”, o ideal é agir com diploma
cia e inteligência. No entanto, Ada afirma que é preciso limite. “Respeite seu
superior, mas não se submeta prontamente a todas as suas orientações quando
 encontrar uma melhor solução.

Respeitosamente, apresente sua opinião e espere que ele avalie se a opção não
é mais interessante. Não fale sobre sua vida pessoal no trabalho. Defenda-se
das críticas com calma e racionalidade, não demonstrando ao seu assediador
que você ficou abalado. Esteja sempre disposto para o trabalho, mas diga não
quando se sentir explorado, e, em vez de se culpar e se desvalorizar porque
tem dificuldades profissionais, passe uma imagem de confiança, e procure
sempre adquirir as competências profissionais que acredita não ter.”

Diálogo é melhor que o confronto

E quando o carrasco é um pai ou uma esposa? Rosana Zanella, psicóloga e psicoterapeuta, afirma que a idéia é sempre agir com diplomacia e verificar
qual é o momento adequado para agir. Com pessoas tiranas é impossível
começar um diálogo com confronto. Comece a ter o hábito de conversar sobre
vários assuntos. E, mais uma vez, se tudo ficar insuportável, declare
independência.

Conviver com pessoas fora de prumo, que abusam do poder, pode ser prejudicial
 à saúde. Rosana afirma que lideranças desse tipo são, na verdade, falsas
lideranças. “O bom líder é aquele que não precisa ser autoritário para exercer
sua função e o poder que exerce está a serviço da empresa, dos funcionários,
da família, para assim descobrir novas competências entre eles.

Pode causar estresse quando as pessoas não podem colocar suas opiniões, perguntar, sugerir e questionar”, revela Rosana.
Em especial no trabalho, conviver com lideranças fora do eixo pode ser prejudicial à saúde, afirma Ada Assis e Silva, coach executiva e gestora de negócios.

“Além de provocar estresse no trabalho, os chefes podem aumentar os riscos de seus empregados sofrerem de hipertensão ou ataques cardíacos. Quando o
colaborador convive com este tipo de pessoa, acaba perdendo a motivação e
o comprometimento para realizar um bom trabalho, resultando em aumento do
 nível de estresse e queda da produtividade, assim como quadros de ansiedade
, gastrites, úlceras nervosas e depressão.”

Chefe ideal é pró-ativo

Ada Assis e Silva, coach executiva e gestora de negócios, afirma que existe o
líder certo para a situação certa. Pegue um líder flexível, extrovertido,
 emocional, condescendente e generoso e coloque-o para liderar uma equipe
 rígida, introvertida, racional, exigente e individualista. “Provavelmente o
resultado será algo desastroso.”

Para ela, quem pretende ser um líder bem-sucedido deve ser o melhor modelo
 possível para seus liderados, autoliderando-se em questões como o
desenvolvimento e aprimoramento das competências consideradas mais
importantes nas suas funções presentes e futuras.Rosana Zanella, psicóloga
 e psicoterapeuta, afirma que o chefe ideal é pró-ativo, um líder de verdade que se aproxima dos funcionários.

“Ele delega funções, escuta, aceita ouvir sugestões, pensa sobre elas, reflete,
agrega o grupo e procura ver as necessidades tanto da empresa quanto dos
funcionários. O chefe ideal tem um relacionamento ótimo com os funcionários,
de forma que pode pedir, mandar, ‘dar bronca’ quando é preciso e consegue estabelecer um clima de confiança entre todos”, explica.







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