A concorrência é grande e conquistar uma vaga no mercado de trabalho está cada dia mais difícil. Para aprimorar o desempenho e a capacidade de aprender, além de desenvolver habilidades sociais e aumentar a eficiência no local de trabalho, profissionais têm buscado aplicar na rotina do trabalho os métodos de um novo conceito: o coaching.

De acordo com a psicóloga, master coach senior e consultora de recursos humanos Nadir Paes, embora a metodologia seja mais procurada por multinacionais e grandes empresas, para os cargos de liderança, o coaching também pode ser aplicado a médios e pequenos negócios, empreendedores e até profissionais autônomos.

"O coaching tem objetivo de, juntamente com o cliente, desenvolver estratégias para a empresa, abordando ferramentas para potencializar lideranças, gestão de pessoas, vendas, marketing e administração", explica a profissional, que possui certificação dos órgãos internacionais ligados ao segmento Eca European Association, GCC Global Coaching Community (Alemanha/Suíça) e BCI Behavioral Coaching Institute (EUA).
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Utilizada para que as pessoas explorem melhor suas competências em diversas áreas e alcancem seus objetivos, a metodologia direcionada para o ambiente corporativo, auxilia, entre outras coisas, a desenvolver uma liderança efetiva, além de ajudar o colaborador a conhecer bem os membros que formam sua equipe. "O coaching e as boas práticas de gestão dão a capacidade de reconhecer tendências comportamentais. Essas ferramentas auxiliam o líder a descobrir qualidades e motivações mais adequadas para a personalidade das pessoas. Conhecendo melhor cada um,  as chances da equipe alcançar os resultados é maior", explica.

Motivação

De acordo com a avaliação da especialista, que também é autora de livros na área, antes de qualquer decisão em situações nas quais um determinado colaborador não atinge as expectativas da equipe, o líder deve ter certeza que tudo foi feito para integrar, desenvolver e motivar o indivíduo. "Se depois de todo o trabalho, a pessoa não apresentar mudanças, aí sim deverá ser feita uma substituição", afirma.
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Especialista no assunto, Nadir afirma que metodologia ainda é pouco popular no País
Para a coach, embora cada um tenha uma personalidade, todo mundo possui habilidade para estar inserido em uma equipe. "A diversidade é que faz a riqueza dos resultados. Claro que gerenciar perfis diferentes é muito mais desafiador para um líder, mas são as diferenças de cada um que tornam a equipe muito mais completa e produtiva".

O que conta pontos

Apenas pelo currículo é possível analisar informações de formação técnica, cursos e tempo de permanência nas empresas. Já na entrevista é possível observar competências comportamentais e emocionais.

"Os profissionais mais  valorizados pelo mercado atual são aqueles que apresentam maturidade e autoconhecimento, evidenciando as competências: Equilíbrio das emoções, segurança, responsabilidade sobre os próprios atos, capacidade de se relacionar e engajar pessoas, capacidade para lidar com diversidades e habilidade de comunicação e dar e receber feedback", diz a especialista.

Ainda segundo a coach, o Brasil ainda erra - e muito - na contratação dos profissionais. "Contratamos por habilidades técnicas e normalmente demitimos essas mesmas pessoas por falhas comportamentais ou por não se adequarem ao cargo ou função para o qual foram contratadas".

"Para os profissionais que ocupam cargos de comando nas empresas, as principais dificuldades estão na capacidade de relacionamento, comunicação e gerenciamento das diversidades e conflitos", diz Nadir.

Pouco popular no Brasil

Na visão da especialista, apesar de todo o crescimento do coaching nos últimos anos, ele ainda é pouco utilizado no Brasil, se comparado aos Estados Unidos ou à Europa. "A procura pelos cursos é ainda menor quando se trata de pequenas, médias empresas e profissionais autônomos. Talvez ainda, por falta de conhecimento do poder dos resultados que o coaching pode proporcionar", analisa.
 
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Daniela montou academia após método coaching
Coragem

A administradora e educadora física Daniela de Souza Oliveira, 40 anos, encontrou no coaching a coragem que faltava para a abertura de sua segunda academia. Assim que se formou em Educação Física, há 5 anos, Daniela montou a RD Fit Personal, um estúdio no Gonzaguinha, em São Vicente, onde dava aulas como personal trainer.

"Eu tinha muitos alunos, mas o espaço pequeno impossibilitava o crescimento do negócio. Foi então que em fevereiro de 2012 comecei a pensar em montar uma academia tradicional e maior, pois poderia atender muito mais gente", conta.
Embora Daniela já pensasse como empreendedora, o medo de arriscar a impedia de avançar com seu projeto. "Eu achava que o negócio não poderia dar certo sem que eu estivesse presente em todos os momentos, achei que não conseguiria me desligar. Mas em junho do ano passado, quando iniciei um curso de coachingexecutivo e de negócios, minhas ideias e percepções mudaram, tanto que abri a academia Onix meses depois, em setembro, no Parque São Vicente", conta.

Com o coaching, as mudanças de comportamento apareceram não só no meio profissional, mas também no pessoal. "Me tornei uma pessoa mais destemida, pois só consegue ter sucesso quem arrisca. A comunicação melhorou com as pessoas do trabalho e também na minha vida pessoal, pois penso muito mais antes de falar. Quero fazer outros tipos de coaching e aconselho para todos que queiram crescer em diversas áreas", avalia.
 
Fonte: Tibuna.com.br