quinta-feira, julho 05, 2007

COACHING - RESULTADO SIM, MAS PARA QUEM?



Coaching – resultado sim, mas para quem?

Ivonette da Nova Cardozo*

A grande preocupação de uma organização quando contrata coaching -programa de desenvolvimento pessoal e profissional, personalizado e direcionado para quem já está no mercado– é o resultado a ser obtido. A primeira pergunta do coach –profissional especializado que conduz o processo- ao estabelecer a relação com o coachee –participante do processo– é: qual o objetivo que você quer alcançar? Desta forma estabelece o compromisso do profissional com o resultado do processo. Avançando neste movimento para estabelecer o contrato do processo é preciso compreender a convergência entre a estratégia da organização e as competências profissionais requeridas.

Normalmente, o coaching é a solução encontrada para minimizar os gaps entre o perfil do profissional indicado para o processo e a expectativa que a organização tem com relação ao desempenho deste nas suas funções.

Nossa experiência nos põe em contato com outras demandas como, por exemplo, gestão de mudanças, a habilidade de lidar com o stress de maneira positiva, o gerenciamento de conflitos, a transição de carreira, a preparação para a aposentadoria, além da adaptação a novos contextos culturais como, por exemplo, o coaching para os expatriados.

Partimos das premissas que o coaching instiga a tomada de consciência do cliente sobre suas potencialidades e necessidade de desenvolvimento, incentiva-o a querer aprender continuamente e, por fim, a produzir os melhores resultados na sua vida pessoal e profissional. Desta maneira, reforça Jussara Dutra, Mestre em Business Psychology, consultora organizacional e coach de executivos, é importante manter o compromisso que se estabelece no coaching não apenas com os resultados a serem atingidos, mas com a pessoa como um todo, seu desenvolvimento e sua realização.

O coaching é uma excelente ferramenta para proporcionar o contato real com os pontos fracos, limitadores do desempenho e os pontos fortes, propulsores da aplicação das competências. Este é um ponto importante para uma pausa e uma reflexão mais detalhada desta ferramenta cujo foco, além dos resultados transformados em liderança eficaz, produtividade, promoção e manutenção do clima organizacional, também reflete os ganhos pessoais de equilíbrio, autoconhecimento, consideração por si e pelas diferenças que formam o ambiente de trabalho e pela conquista das metas pessoais.

Por que falamos em contato real? Por ser o presente o objeto de investigação e o campo de acesso à aplicação do conhecimento, das habilidades e das atitudes do coachee através das intervenções realizadas pelo coach a partir da análise de insumos como feedback recebido de subordinados, pares e superiores e de ferramentas utilizadas nas organizações como, por exemplo, avaliação de desempenho e de competências.

Alguns dados demonstram a efetividade dos resultados de coaching. Um estudo publicado no Public Personnel Management Journal concluiu que os gerentes que passaram por um treinamento gerencial mostraram uma melhora de 22,4% na sua produtividade. Entretanto, um segundo grupo que recebeu coaching depois desse mesmo treinamento aumentou sua produtividade em 88%." (F. Turner, Ph.D. CEO Refresher 2001). Trata-se de um sinalizador que demonstra o risco em processos de coaching sem vinculação com educação continuada. Mostra ainda que a educação continuada é essencial para desdobramento e a sustentabilidade das ações desenvolvidas no coaching.

Seguramente a resposta para a grande preocupação acerca do resultado do coaching é que este promove ganhos para todos os envolvidos. Para o profissional que assume as suas responsabilidades de escolha frente ao processo e se compromete com as mudanças necessárias, para a organização que passa a contar com um profissional com a consciência voltada para o desenvolvimento não apenas de forma pontual, mas contínua e para o próprio coach que aprende e também ganha com a relação estabelecida.

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