domingo, julho 30, 2006
Centenário de Mario Quintana - O poeta
Comemora-se em julho/2006, o centenário do poeta gaúcho Mário Quintana. Quintana ainda não explodiu como grande poeta e escritor brasileiro que é, mas começa- se a entender sua obra como um todo.
Seguem alguns de meus poemas preferidos deste poeta contemporâneo que morreu aos 88 anos, em 1994.
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
A rua dos cataventos
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Da inquieta esperança
Bem sabes Tu, Senhor, que o bem melhor é aquele
Que não passa, talvez, de um desejo ilusório.
Nunca me dê o Céu... quero é sonhar com ele
Na inquietação feliz do Purgatório.
Site comemorativo do centenário: http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana
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