Por que Abandonamos as Coisas Pela Metade?
Publicado por RHevista RH - quinta-feira 1 de dezembro de 2011 - às 0:01
Por que abandonamos as coisas pela metade?
Resposta: Porque temos medo de tudo que nos parece desconhecido.
O arriscar no novo nos torna inseguro. É mais fácil e confortável permanecer na mesmice e na rotina. Ela não nos ameaça com derrotas.
Porém…
A rotina também nos destrói, assim como ela nos conforta, prega a peça de nos sentirmos estacionados, ansiosos e ter a triste visão de nossos desejos sendo frustrados a cada dia.
Todas as vezes que nos deparamos com o novo e o difícil, nossos medos se manifestam… Então me pego pensando: por que vou insistir em terminar o que comecei, se sei que não vou conseguir mesmo? Eu sei que não sou capaz, eu não vou aprender, eu não posso, eu não consigo, eu não vou ter vitória…
Aí vem logo o medo da derrota, das críticas alheias, do tempo que passa, da morte, o medo do fracasso…
O fantasma da derrota é um dos maiores inimigos da vitória, do tentar, do fazer acontecer, do persistir. Tanto que existem frases como “Gato escaldado tem medo de água fria…”, “Mais vale um pássaro na mão, que dois voando”, “Um homem prevenido vale por dois”…
O medo das críticas não nos deixa arriscar porque sempre estamos nos importando com a opinião alheia. E para este tipo de medo temos frases em nossa consciência do tipo: “O que vão pensar de mim?”, “Será que serei bem aceito no grupo?”, “Acho que eles estão rindo de mim”.
Outro medo terrível é o medo do tempo que passa… e passa à galope! E à galope vem pensamentos do tipo: “Será que ainda terei tempo de realizar meus objetivos, alcançar minhas metas?”, “Será que conseguirei atingir o que programei a tão longo prazo?”
Se estacionar nos faz infeliz e desbravar novos caminhos nos faz temerosos… Então o que decidir? Qual caminho seguir? É melhor abandonar o que comecei? Acertar o rumo, trocar de estrada?
Antes de tudo é importante refletir: quais meus medos? O que me segura no mesmo lugar e me impede de avançar? O que me impede de não terminar aquilo que comecei? O que, afinal, me impede de ir à frente?
Medo da censura?
Medo da solidão?
Medo da morte?
Quais são as minhas feridas?
Ego?
Ciúme?
Insegurança?
Ressentimento?
Sentimento de inferioridade?
O primeiro passo é a auto-análise. Se conhecer primeiro, para só depois trabalhar as deficiências. Repito: Se conhecer é o primeiro passo!
Mas não se iluda. As feridas são normais. É humano possuir sentimentos como ciúme ou inveja. Por exemplo, se o meu vizinho compra um carro novo, melhor que o meu, posso sentir inveja. Reconhecer isso é o primeiro passo. Inveja é sentimento comum a todos nós!
O que fazemos com este sentimento é que é o fundamental.
Penso: “Estou com inveja do carro novo do meu vizinho! Ótimo! Se ele tem, então também posso ter um. Vou guardar dinheiro, gastar em menos bobagens e comprar um pra mim também. Mas se concluo: “Estou morrendo de inveja do carro novo do meu vizinho, vou lá riscar o carro inteiro”. Então este é um comportamento patológico, doentio! Tenho que trabalhar este sentimento dentro de mim. Primeiro reconhecendo, segundo sabendo que este sentimento é normal. A anomalia é o que eu faço com este sentimento.
Existe uma história de uma freira que vivia num convento. Todas as freiras passavam o dia inteiro cantando e orando. Menos esta freira. Ela passava os dias trabalhando. Limpando os banheiros, a cozinha, esfregando os assoalhos… Enquanto todas as outras cantavam e oravam ela fazia as obrigações pesadas.
Um dia perguntaram à freira se ela se sentia “revoltada” com aquela situação, ela levou um susto e respondeu: “-Não, imagine! Sou uma freira e não posso sentir revolta!”. Quando mudaram a pergunta para “Você sente magoada com esta situação?” E a freira responde: “Ah, eu sinto tanta mágoa no coração, porque também desejaria estar junto às outras orando e cantando”.
Logo…
Mágoa é revolta de freira!
Você pode até mudar o nome. Mas o sentimento é o mesmo!
Vou aproveitar e contar outra história: Existia numa cidade do interior a imagem horrível de uma santa muito mal feita de barro. Certa vez um pároco da igreja, novo na cidade, que não gostava nada daquela imagem que destoava das demais, teve a idéia de montar uma procissão pelas ruas mais esburacadas da cidade com a santa em cima de um andor na esperança que ela caísse e quebrasse. O que realmente acabou acontecendo. Só que com a queda o barro se partiu deixando amostra uma santa linda toda em ouro maciço. Descobriu-se que um antigo pároco, a muitos anos, com medo de assaltos mandou fazer aquela capa de barro. Todos na cidade rezavam sabendo que por baixo de tanta feiúra se escondia puro ouro.
Então pare e reflita…por trás de tanta ansiedade existe um sentimento que você pode transformar em ouro puro. Mas lembre-se, só você pode fazer isso!
Sobre a autora:
Rita Alonso: Professora de Recursos Humanos da Universidade Estácio de Sá há 20 anos. Instrutora dos Cursos do SEBRAE, SENAC e SESC. Funcionária há 25 anos da Riotur/Controladoria Geral do Município. Desenvolve trabalhos de consultoria organizacional, ministra treinamentos e palestras motivacionais.
site: www.ritaalonso.com.br
e-mail: ritaalonso@ritaalonso.com.br
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