Nunca se case antes dos 30
Ada Maria de Assis e Silva
Executive Coach e Educadora
O autor do livro “Nunca se case antes dos 30”, Heverton Anunciação, baseou suas conclusões em várias pesquisas que mostram que há mais risco de separação para pessoas que se casam antes dos 30. De acordo com ele, as pessoas deveriam aproveitar esta década para crescer em vários aspectos profissionais e pessoais para depois assumir um compromisso.
Creio que o que realmente importa é a maturidade que a pessoa tem para assumir um compromisso a dois. É óbvio que conforme envelhecemos, as experiências vividas aumentam nossa maturidade mostrando-nos que é preciso desmistificar alguns aspectos culturais que envolvem o casamento. O romance inicial, o “viverão felizes para sempre”, “você é a pessoa certa pra mim” deverão sobreviver ao tempo, às dificuldades financeiras, aos filhos, ao dia a dia e principalmente as mudanças que cada um dos parceiros sofrerá ao longo da vida. Após alguns anos não somos mais aquela noiva ou noivo, pois mudamos nossas crenças, nossos hábitos, nosso corpo e evoluímos espiritualmente. Assim, movidos pela paixão e pelo desejo, muitos casais se casam esquecendo que deverão compartilhar uma vida comum com outra pessoa, tendo projetos em comum, afetividade, e cultivando a sensualidade e o sexo.
Quando surgem os conflitos, a tendência mais comum é valer-se do velho expediente de culpar o outro. Faz parte de nosso mecanismo de defesa e é a maneira mais eficiente de dar uma explicação: a outra parte é a problemática. Esta é a melhor maneira de aniquilar um casamento.
Manter um casamento é uma árdua tarefa que exige, de ambos os parceiros, um grande investimento amoroso, capacidade de mudança e adaptação e a convicção de que é preciso batalhar para que as coisas dêem certo! Quando apenas uma parte está lutando para manter, a situação é mais difícil. Quando um não quer, dois não brigam. Mas quando um não quer dois não amam, dois não constroem. Culpar a outra parte ou evadir-se de responsabilidade faz o matrimônio correr riscos. Assim, vou me permitir propor algumas reflexões para os casais:
1. Saibam distinguir entre o real e o ideal. No início do namoro acreditamos que aquela é a pessoa ideal, a que sempre sonhamos. Mas com o tempo começamos a enxergar a pessoa como ela realmente é. E aí surgem as tão terríveis cobranças! "Você já não é mais o mesmo!", ou "você era diferente!". Namoramos o ideal, sonhamos com o ideal, mas casamos com o real. Distinguir entre os dois é extremamente necessário. Parte da solução de muitas tensões começa aqui, com a aceitação do outro.
2. Muitos dos eventuais conflitos e objeções que surgem entre os parceiros são uma conseqüência natural das diferenças individuais. Cada um tem seus conceitos, pois carrega uma bagagem cultural diferente que levou anos para ser construída. Assim, deve-se buscar no outro não as igualdades, mas se complementar com as diferenças respeitando a maneira de ser de cada um.
3. Casamento é uma sociedade, e não uma competição. Os esforços devem ser para o bem comum e não para domínio do outro. Devemos sempre apoiar o parceiro em suas tentativas de mudança, de evolução evitando críticas duras e apoiando-o de forma construtiva. Agindo assim, você estará enriquecendo a si mesmo.
4. Antes de se casar, certifique-se de que tem liberdade para conversar de qualquer assunto com seu parceiro. É importante ter confiança e sentir-se a vontade para trocar idéias e solucionar conflitos.
5. Aprenda com os erros e acertos dos casamentos vividos por amigos e familiares.
6. Invista sempre em seu casamento. Somos tolerantes com nossos chefes e colegas de trabalho para manter nossa empregabilidade. Somos tolerantes com erros e defeitos de amigos para manter a amizade. Mas às vezes, não somos tolerantes com nossos parceiros de forma a manter o casamento ou uma relação e um bom relacionamento afetivo.
7. Durante a vida, você conhecerá pessoas interessantes e atraentes. Analise se vale a pena trocar algumas horas de paixão, pela vida a dois que vocês já construíram. Muitas vezes, a infidelidade é o começo do fim, e pode causar extrema dor narcísica em seu companheiro (a).
Tenho como verdade no meu casamento de vinte e quatro anos que uma relação deve ser feita de afeto ao querer bem ao parceiro; de objetivos comuns tendo planos de ação e atingindo metas juntos e de intimidade, mantendo o erotismo e a sensualidade. O que o amor uniu, que o ego não separe!
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