Ética no mercado de Executive Search
Por Eduardo Drummond Rodrigues para o RH.com.br
O mercado de Executive Search no Brasil teve um boom no início do século 21, fomentado principalmente pelo aquecimento da economia do país, com as perspectivas do então esperado "espetáculo do crescimento", apesar das incertezas da reação do mercado estrangeiro com o comando do Governo Lula.
Surgiram, então, diversas consultorias de recrutamento dispostas a auxiliar as empresas na contratação de seus funcionários, nos níveis de média e alta gerência, tendo diferenças muito tênues entre elas, pois apesar de se tratar de uma prestação de serviços, o produto em si tornou-se uma commoditie, ou seja, a busca pelo profissional certo para recolocá-lo no lugar certo. Em linhas gerais, a matéria prima deste mercado - os profissionais - encontra-se disponível para todas as consultorias. Quem os encontra primeiro, leva vantagem para apresentar o seu "produto" ao cliente.
Devido ao apagão de mão de obra qualificada nas décadas de 80 e 90 e o aquecimento da economia global nos últimos anos, originou-se um hiato difícil de ser solucionado em pouco tempo. É neste cenário que cresce o poder de barganha dos profissionais, disputados de todas as maneiras não só pelas empresas como por as consultorias especializadas, que enxergam o profissional como uma pedra preciosa, capaz de angariar frutos e gerar receita.
Por este motivo, nos deparamos com um conflito de interesses por trás disso tudo: "Até que ponto o mercado de Executive Search enxerga apenas o lado profissional do candidato?". Sabemos que existem diversas variáveis a serem ponderadas no momento da troca de um emprego por outro, que ultrapassam a fronteira da compensação financeira apenas. Desafio de carreira, porte da empresa, perspectivas de crescimento, todos estes são fatores que devem ser levados em consideração pelo candidato, no momento de avaliar se aquela oportunidade faz sentido para sua carreira naquele momento ou não.
E é exatamente neste contexto que é levada em questão a idoneidade e a seriedade da consultoria, que faz o papel intermediário de buscar o profissional com as características solicitadas pelo gestor, avaliando não só os aspectos comportamentais (se estão alinhados com o perfil da empresa) como também técnicos do candidato. Com a escassez de mão de obra em um mercado tão aquecido, eis que surge a dúvida em relação à apresentação dos melhores profissionais. Seriam mesmo os melhores candidatos do mercado, ou apenas os melhores encontrados? Será que o projeto trabalhado pela consultoria para seu cliente é o melhor passo profissional para aquele candidato? Com o mercado aquecido, e tantos projetos sendo trabalhados pelas consultorias, será que o tempo dedicado ao projeto foi o ideal para encontrar os melhores no mercado?
Por parte do candidato, todas essas questões são muito subjetivas e suas respostas variam de acordo com o momento que cada um vem atravessando. Do lado da empresa de Executive Search, são questões éticas que devem ser levadas com muito bom senso, pensando sempre pelo lado do cliente. Afinal de contas, um trabalho bem elaborado acarretará na boa imagem da empresa e a consequente fidelização do cliente. Em tempos de concorrência acirrada e o surgimento de novas empresas neste mercado, a qualidade do serviço atrelada à ética profissional é considerado como um diferencial competitivo bastante relevante.
Fonte: www.rh.com.br
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