ORIENTAÇÃO (COACHING) PELA PNL
Peter Wrycza, Phd.
"E então, o que é a PNL?"
Desde meados dos anos 80 venho ensinando PNL, e há 10 anos sou trainer. Mas, quando alguém me pergunta o que é a PNL, eu ainda titubeio. Não é fácil dar uma definição concisa e compreensível da PNL sem deixar de mencionar aspectos importantes desse campo.
Pode-se repetir uma daquelas sentenças clássicas, encapsuladas, como: "PNL é o estudo da estrutura da experiência subjetiva." A definição-chave (originalmente oferecida por John Grinder, se não me engano) aponta para o nosso interesse naquilo que torna as pessoas notáveis. E isso inclui a noção de estrutura, refletindo o interesse da PNL que vai desde a padronização e generalização da experiência individual até os modelos mais gerais daquilo que funciona.
Mas essa é, também, uma definição de "terceira posição". E a PNL tem um forte interesse em desenvolver nossas próprias capacidades e coerência. Assim, o famoso elo de Richard Bandler de "aprender a usar nossos processos mentais" oferece um resumo suplementar na "primeira pessoa". Distingue a PNL de algo que, de outra forma, poderia ser ensinado como um ramo da psicologia. A PNL não diz respeito apenas a um posicionamento objetivo; ela busca, também, a realização do potencial de cada um.
No entanto, com a definição de Bandler, a PNL oscila entre outros sistemas de auto- desenvolvimento que também encorajam o domínio dos processos interiores, desde a Psicossíntese até o Budismo Tibetano. Mas, o que distingue a PNL?
Assim, chegamos a um terceiro elo em nosso campo: "A PNL é a modelagem da excelência". Essa definição introduz a "segunda posição", que também tem parte importante na PNL. Aponta para um elemento importante na singularidade da PNL, ou seja, a capacidade de chegar à parte mais profunda das vidas das pessoas e tocar o coração daquilo que as torna mestras.
É claro que a verdade está em algum lugar no meio dessas definições. A PNL é singularmente e ao mesmo tempo, um estudo psicológico, um sistema de desenvolvimento pessoal, e uma disciplina de modelagem sem precedentes. A PNL não é terapia, nem ciência, nem simplesmente desenvolvimento pessoal, mas uma disciplina que toca todas essas áreas.
Através de sua história "esquizofrênica", a PNL tem oscilado entre as forças e fraquezas implícitas nessas definições parciais, cada uma exata em suas partes, mas incompleta em relação ao todo, ora pretendendo ser um campo sério de estudo, um metamodelo capaz de abranger outras formas de pensar dentro de seus amplos papéis epistemológicos, ora um sistema de desenvolvimento pessoal, e uma maneira de explorar as riquezas da excelência humana.
Orientador (Coaching): A Nova Profissão
Mas, enquanto a PNL vem se desenvolvendo e se debatendo com suas tendências híbridas, uma nova profissão começa a emergir, e que também se inscreve a meio-caminho entre a terapia pesada e a necessidade de muitas pessoas de encontrar um forma de realizar suas tarefas com mais eficiência e de melhorar suas vidas: a orientação.
Como um "treinador", o "orientador" atua como se estivesse num campo de esportes, onde a intensificação de habilidades é crucial. Mas, enquanto a metáfora do treinador implica em moldar o comportamento do treinando para instalar nele os resultados desejados pelo treinador, a metáfora da orientação implica em persuadir e guiar o potencial já presente dentro do orientando, ajudando-o a definir e realizar seus próprios resultados.
Do campo de esportes, os orientadores migraram para toda parte. Orientadores de vida, orientadores profissionais, orientadores pessoais, muitos milhares deles somente nos Estados Unidos, preparando as pessoas para o sucesso, ajudando-as a resolver problemas, até mesmo oferecendo um elemento de psicoterapia àqueles que necessitam de alguma re- orientação profunda em suas vidas, mas que correriam quilômetros para se afastar de qualquer coisa que formalmente se declarasse como "terapia".
A PNL e a Orientação
A PNL acordou tarde para o jogo; porém, uma olhada pelas páginas da Anchor Point sugere que estamos chegando lá. Anúncios sobre cursos de Orientação pela PNL estão em destaque. E com razão. Sob muitos aspectos, aquilo que Bandler, Grinder e os trainers da primeira geração da PNL estavam desenvolvendo era realmente um modelo sofisticado de orientação, bem antes que as pessoas se ligassem a essa noção.
Nos anos 1980, a PNL já possuía quase tudo que um bom modelo de orientação necessita: ênfase na definição de recursos para focalizar resultados práticos, uma caixa de ferramentas para modelar os pinos e parafusos da grandeza, de modo que o comum dos mortais tivesse emulação suficiente para modelar os hiper-talentosos dos Jogos Olímpicos, ênfase sobre a estrutura interna dos processos interiores e algumas ferramentas precisas para eliciá-las, e uma série de modelos capazes de ajudar a substituir padrões negativos, usando estratégias mais úteis para o sucesso em muitas áreas da vida.
Desempenho e Alinhamento
Com ênfase na pragmática e na orientação para o alcance da eficiência pessoal, a PNL logo apelou para um amplo grupo de profissionais em muitos países, que estavam procurando aumentar seu desempenho no trabalho, em diversos campos.
Mas, praticamente desde o início, a PNL também reconheceu que a melhoria do desempenho segue de mãos dadas com um maior alinhamento pessoal, que é a outra metade da charada. A coerência interior e a congruência do indivíduo fazem toda a diferença no desempenho, particularmente no practitioner que deseja ajudar outros.
E assim, desde seus primeiros dias, a PNL tem buscado irregularmente, - através de elementos como "Círculo de Excelência", "Verificação da Ecologia" e "Alinhamento dos Níveis Lógicos" - o aumento do desempenho e do alinhamento, tanto do practitioner como dos clientes.
O reconhecimento da importância de situar a melhoria do desempenho dentro de um contexto de alinhamento pessoal cada vez maior – para encontrar nossa "autêntica vocação", com a qual nascemos, – é parte importante daquilo que a PNL oferece como metodologia de orientação.
Peter Wrycza Ph.D., dirige um centro para seminários – retiros, em Bali. É membro fundador, juntamente com Jan Ardui e Piera Teatini, da Performance and Alignment Network (PAN). A PAN foi fundada como uma rede para orientadores profissionais que trabalham com valores e em bases semelhantes, e como um contexto para os profissionais do mundo inteiro, para desenvolver as habilidades de orientação que podem ajudar a aumentar o desempenho enquanto estimulam um alinhamento maior...
Para maiores informações, veja www.awareness-Bali.com, ou contate e-mail: pwrycza@telkom.net.
N.T. Revista de PNL Anchor Point, Maio 2002.
Trad. Hélia Cadore - E-mail: lcadore@uol.com.br
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