quarta-feira, fevereiro 25, 2009

COACHING: COMO (RE) DESCOBRIR O SEU POTENCIAL

Aconselhamento de Carreira - COACHING

Daniel Limas

A competição entre as empresas pelos mercados nos mais longínquos países é mais que acirrada. E, cada vez mais, detalhes de um produto ou de um serviço fazem toda a diferença e podem decretar a sobrevivência ou a falência de uma organização. E para competir, a agilidade nas decisões e na execução das mesmas é ponto primordial nesse contexto. Daí, a importância do papel do gestor.

Neste mesmo cenário, a grave crise pela qual passamos é uma situação nova para a maioria dos gestores. E o momento pede criatividade e agilidade desses profissionais para fazer com que suas empresas não mergulhem na recessão. “Num momento de crise, não vale apenas executar as tarefas. O que vale é a inovação e a atitude diferenciada. O que vale é buscar algo que seu concorrente não faça”, explica Renato Ricci, coach e consultor de carreira da Positive Change Institute.

No dia-a-dia, o mecanismo empresarial atual está estruturado para que as pessoas tenham cada vez menos tempo para pensar e foquem seu trabalho na execução. “Não na inovação”, opina Renato. “Nosso desempenho está ligado à capacidade que temos de perceber o mundo em nossa volta e nos percebermos. Quem conseguir entender melhor o mundo de hoje e o de amanhã e promover as mudanças vai ser mais competitivo”, explica João Luiz Cortez, coach da Accendere Desenvolvimento Humano. É nesse contexto que os profissionais – e as empresas em que trabalham - que passaram pelo aconselhamento de coaching levam enorme vantagem.

Levam vantagem porque o coach, que em português significa técnico, tem como principal objetivo ensinar as pessoas a pensar e a refletir. Outra valiosa contribuição é possibilitar que o executivo opere no máximo de suas capacidades para atingir seus objetivos. Além disso, o coaching ensina que seu próprio cliente consiga as respostas e como agir para resolver a questão. “Em poucas palavras, esse profissional é estimulado a se perguntar que recursos ele tem para lidar com aquela situação. Como ele já trabalhou com isso antes? E qual é a resposta? O que é bem diferente de simplesmente executar”, explica João Cortez.

Com o treinamento, o cliente aprende a analisar, a refletir e a tomar as decisões antes de promover as ações necessárias. Para os negócios de uma empresa, confiar essas atitudes a um gestor é muito mais positivo que esperar que um diretor diga o que fazer. “Não há mais tempo para um alto executivo parar o que está fazendo a cada nova situação e mandar a sua equipe fazer. Por mais genial que sejam, eles são humanos. O ideal é que vários gestores da empresa estejam preparados para tomar as decisões”, pontua João Cortez.

O coaching busca o desenvolvimento do seu cliente e isso se dá por meio de reflexão e de ações. Existem várias técnicas, mas o foco principal está em oferecer perguntas que façam o cliente pensar. Depois de encontrada a resposta, a idéia é posta em prática. Mas, nem por isso, o coaching é um massante jogo de perguntas-e-respostas. “Não usamos uma receita padrão. Cada pessoa é levada individualmente a refletir e a encontrar a resposta dentro de si. O coach nunca dá a resposta nem faz julgamentos. Ele estimula que a pessoa encontre os fatos, as atitudes e ações que tem de tomar”, indica Renato Ricci.

Mudanças de comportamento e de atitudes, desenvolver um talento, encontrar uma solução para um problema ou ponto específico. Esses são alguns dos vários benefícios que o coaching pode trazer para as organizações e para os próprios profissionais. Geralmente, as empresas buscam o trabalho de um coach para desenvolver algum tipo de competência em seu funcionário. “Por exemplo, a organização quer que o funcionário melhore seu desempenho em negociação, em relacionamento com colaboradores ou com seus pares”, explica Renato. O desenvolvimento de todas essas características não é simples de se mensurar, mas é possível. “É mais simples perceber a mudança de comportamento ou atitude que mostrar o retorno sobre o investimento, mas é possível, sim. Existem estudos que indicam na ordem 400% a 2000%”, indica João Cortez.

Uma curiosidade: apesar dos resultados bastante positivos para as empresas, no entanto, são os profissionais que procuram cada vez mais o serviço de coaching. “Antigamente, 80% dos meus clientes eram empresas, que ofereciam o treinamento para seus executivos. Hoje, esse número está mais equilibrado. O volume de pessoas físicas passou a ser grande nos últimos anos”, conta Renato. Os profissionais querem se desenvolver e solucionar suas dúvidas e conflitos. Não esperam mais que suas empresas lhes ofereçam o treinamento. “Eles estão percebendo, por exemplo, o valor de fazer uma transição de carreira com mais pé no chão, evitando os achismos”, explica Renato.

Essa questão é justamente uma dos motivos que mais levam os profissionais a procurar os coachs. “Em diversos momentos da nossa carreira nos perguntamos para onde queremos ir ou onde queremos estar daqui há cinco ou 10 anos. Outras vezes, não sabemos como elaborar nossos objetivos e como atingi-los”, pontua João Cortez. E o coaching pode ajudar justamente nisso: ajudar por meio de perguntas e outras ferramentas a determinar o que ele realmente quer, onde ele está no momento atual e como ele vai chegar onde quer, inclusive se essa escolha é saudável ou não. “E quando se diz o que ele realmente quer, não significa o que a sociedade, seu pai, sua mãe ou esposa querem de você”, enfatiza João Cortez.

Renato lembra que nem só os executivos de alto escalão passam por este tipo de treinamento. “É possível fazer como toda uma equipe, que está em busca de melhores resultados. Mas, devido aos custos, a maioria dos clientes ainda é de executivos de alto escalão”, explica Renato. Ele aproveita para comentar que atualmente, há uma grande novidade: “vários estudantes ou recém-formados procuram os meus serviços porque têm dúvidas sobre área a seguir, ou quais especializações fazer.”

Para finalizar, João Cortez é quem traz outra curiosidade. Para ele, há 10 ou 15 anos quando alguém falava que estava fazendo coaching esta pessoa era considerada incompetente para lidar sozinho com as suas questões. “Hoje, este julgamento é ao contrário. Quem não faz, significa que ela não está usando todos os recursos para ser um bom profissional”, indica. A razão para essa mudança de pensamento é simples. “Mudou porque estamos saindo de um modelo onde temos que ter todas as respostas e que saber é sinal de fraqueza. Assumir que não se sabe tudo, mas se quer aprender e buscar a solução é sinal de evolução”, finaliza João Cortez.

Nenhum comentário: