Comprometimento é única forma de se obter sucesso
São José do Rio Preto, 4 de janeiro de 2007
Cecília Dionizio
Só sabe o e é ser feliz, quem nunca teve medo de se comprometer de verdade com a vida, em todos os seus relevos. Isto mesmo, uma palavra simples mas que traz em si um apanhado de dados que dão exata dimensão do sentimento que provoca em quem foi à luta e envolveu não apenas ação, mas sentiu a emoção e conseqüentemente vibra com o resultado das conquistas. “Antes de nos comprometer com algo ou com alguém precisamos estar conscientes de quais objetivos pretendemos alcançar, se temos condições intelectuais e, principalmente, emocionais para cumprir com o que foi prometido”, afirma a coach Ada Maria de Assis e Silva, membro da International Coaching Community e gestora de negócios, em Rio Preto. Para Ada, estar informado do que deve ser feito não é suficiente para que haja o real comprometimento. “O surgimento de uma pessoa comprometida está intimamente ligado à sua genética e caráter, seus valores e sua educação familiar, sua educação na escola e sua consciência a respeito do mundo como um todo”, diz.
A coach observa que para uma criança crescer com alguma consciência é preciso que a família fale e aja, com comprometimento com horários, prazos, o próximo, a preservação da natureza, a consciência cidadã e política. E isto nada tem a ver com conferir resultados após uma pressão exaustiva, pois isto só vai levar a mesma a ter, por exemplo, mais dificuldade, seja de estudar, trabalhar em grupo e até mesmo a ser uma pessoa desmotivada. Embora não se conheçam pesquisas específicas, o fato é que nos adultos, naturalmente, se observa que as mulheres são mais comprometidas do que os homens, em alguns aspectos. Ada lembra que basta ver o ambiente familiar e organizacional dirigido por elas. “Enquanto o homem vive num mundo abstrato, pois tenta cuidar o tempo toda da "humanidade", mas pouco faz pelo indivíduo. Tem grande preocupação com a infância, mas não entra em ação para melhorar a vida de alguma criança concreta. Acredita que a empresa deve ser voltada para o mercado, mas tem dificuldades em fazer algo por um "cliente" específico”, diz.
Contudo Ada observa que a maioria das mulheres, por seu próprio papel na sociedade, não pode se dar ao luxo do abstrato. Se ela não acordar o filho, ele perde a aula. Ela deve se responsabilizar pelas refeições da família, pela compra do supermercado, pelo jardineiro, pela manutenção dos laços entre todos os familiares, inclusive avós, tios, primos. “De forma geral, a mulher não "recomenda" que se faça. Ela faz!”, compara. Por este motivo, a coach observa que numa empresa é fácil identificar na executiva mais equilíbrio e ação que em alguns homens. “Ela sabe que se não cuidar dos detalhes o todo sairá imperfeito, pois todos os projetos e processos na empresa têm de ter começo, meio e fim para que possam dar certo”, afirma. E como gestora de negócios conhece a importância de um feedback, por isto mesmo, diz que não poupa tempo e energia para falar com cada um dos colaboradores, de forma incansável.
O comprometimento de uma pessoa ou de uma equipe pode ser percebido através de alguns fatores-chave da dinâmica de vida e organizacional. Porém, independente do sexo, Ada afirma que qualquer pessoa pode ser bem-sucedida quando de fato tem iniciativa e se põe em prática para aplicar suas idéias de melhoria para a vida pessoal e para o trabalho. Segundo a gestora, de forma geral, é preciso que cada pessoa se responsabilize pelos resultados globais da sua comunidade. Isto vale também para a família, empresa, enfim, não só pelos próprios resultados. Isto é envolvimento, na medida em que se buscam resolver os problemas que surgem no dia-a-dia, sem adiamento.
Seja responsável e comprometido consigo
Para algumas pessoas, o comprometer-se tem a ver com aquilo que faz bem e, com o que é desejado. Mas é natural que algumas pessoas se enganem quanto a isto e terminem frustradas. “Quando isso ocorre, muitas vezes, a pessoa mantém aquilo, mas deixa de estar comprometida, passando a agir apenas com responsabilidade. Isto pode ser visto, claramente, em relacionamentos amorosos que continuam mesmo sem haver amor, mas que o casal se relaciona bem e consegue até ser feliz”, diz. Uma meia-vida, talvez seja a denominação adequada. Não se pode dizer que é infeliz quem opta por este modelo de vida. A psicóloga Marli Oliveira, de Rio Preto, não crê que seja imprescindível o comprometimento com tudo na vida, mas se a pessoa for capaz de elencar um ou mais itens que julgar mais importante, daí pode se focar neles e nas demais situações, usufruir sem preocupação apenas, daquilo que lhe parecer mais prazeroso, mas que não implique necessariamente, resultado. “Na verdade todo mundo se compromete com algo, seja com o trabalho, uma caminhada na pracinha ou com a família. A escolha daquilo com o que se comprometer está diretamente ligada à personalidade do indivíduo, à sua motivação a fazer algo ou não”, diz.
Com a ajuda da psicóloga Maria Aparecida Junqueira Zampieri, terapeuta de casal e família, de Rio Preto, algumas pessoas têm conseguido encontrar o equilíbrio para se relacionar de forma comprometida e obter dessa relação a satisfação, já que o envolvimento, nesses casos, é natural. “Quando se vive verdadeiramente, estar compromissado é inerente. Tanto para entrar, como para sair de um relacionamento, por exemplo”, diz. Tina explica que para saber se vale a pena se comprometer, é só usar o recurso da intuição e observar se ao mergulhar na situação, sente-se titubeante, sem saber o que pensar sobre si e o que fazer, talvez seja o caso de esperar. “O importante é agir conforme suas convicções, ainda que mais tarde descubra que não era por aí e mude seu caminho”, diz.
A psicóloga reconhece que há quem viva mais preocupado com a cabeça dos outros que com sua própria vida e por isto perde tempo e passa ao longe, não vive. O fato é que as pessoas mais comprometidas colhem frutos. “Você borda sua vida, é realmente responsável por seu destino na parte que te cabe, Do contrário é levado pela vida”, diz. Em seu livro Co-dependencia a psicóloga aborda o quanto algumas pessoas se queixam, e se dizem parecer “curva de rio: toda tranqueira enrosca e fica!”De fato, Tina reconhece que se o compromisso é com a vida, a pessoa assume a responsabilidade pelos seus relacionamentos, independente de eles darem certo ou errado, e não culpa os outros. “É claro que dependemos integrativamente do socius, da pessoa que está conosco, nossa vida é uma co-construção. Mas na parte que cabe a cada um, o compromisso faz a diferença”, afirma. Segundo a psicóloga, o comprometimento e a responsabilidade andam juntos a partir do momento que cada pessoa se compromete com a vida, assume sua responsabilidade. “O comprometimento é livre e saudável, é fermento, é chão. A responsabilidade é livre e saudável. A co-dependência não é livre: é doentia e amarra, prende, impede, encolhe”, afirma.
Serviço:
- Ada Maria de Assis e Silva - personal coach, fone (17) 3225-1830, email: ada@ccaajustkids.com
- Maria Aparecida Junqueira Zampieri, psicóloga, terapeuta de casal e família, de Rio Preto, fone (17) 3222- 4226
- Marli Oliveira, psicóloga, email: mapsiconet@hotmail.com, fone (17) 9701-4127
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