segunda-feira, julho 01, 2013
Porque os perfeccionistas são os que geralmente mais falham
Há alguns anos atrás em uma universidade, um professor de pintura decidiu tentar um experimento em uma de suas turmas. No início do semestre, dividiu a classe em dois grupos e explicou a cada grupo que seriam avaliados de forma diferente.
Os alunos do grupo 1 seriam avaliados de acordo com o número total de quadros que pudessem criar ao longo do semestre, com pouca importância dada a qualidade.
Já os alunos do grupo 2 seriam avaliados em apenas um quadro. Eles tinham todo o semestre para trabalhar em apenas um quadro para torná-lo o mais impressionante possível.
No final do semestre, os alunos entregaram seus trabalhos para serem avaliados. Para surpresa do professor, os cinco quadros com a melhor qualidade veio do grupo que estava focado em quantidade dando menor importância a qualidade. Na verdade, a maioria dos quadros do grupo 2 eram terríveis. Devido ao excesso de trabalho e tentativa em torna-lo excepcional, os quadros ficaram rebuscados devido a tensão e insegurança dos alunos e pouco criativos.
Por que isso aconteceu?
Isso aconteceu porque há um enorme benefício em se permitir tentar e errar até que você aprenda com seus erros e melhore gradualmente. O fracasso pode ser um professor surpreendentemente eficaz se nós permitimos que ele seja.
Há também algo prejudicial em tentar ser perfeito o tempo todo. O perfeccionismo pode levar-nos a ser excessivamente críticos conosco e com nosso trabalho. Claro, ele pode produzir grandes resultados ao longo do tempo, mas geralmente causa muito mais frustração e insatisfação
Para os perfeccionistas, a vida é um relatório interminável de realizações. O perfeccionismo é normalmente acompanhado de depressão e transtornos alimentares por ser uma passagem só de ida para a infelicidade. O que torna o perfeccionismo tão tóxico é que, apesar de desejar ser bem sucedidos, estas pessoas estão mais focadas em evitar o fracasso.
Quando estamos totalmente focados em evitar a falha e o fracasso, perdemos a perspectiva sobre a grandiosidade da vida e da aprendizagem. Nós nos concentramos em nossos defeitos e falhas e os vemos estritamente como barreiras ao invés de oportunidades.
Certamente muitos perfeccionistas conseguem em alguns aspectos realizar muitas coisas na vida, mas a grande maioria deles sofrem muito emocionalmente. Eles nunca vão se sentir bem o suficiente, ou em paz.
Eu não sei qual seria a solução exata. Uma tentativa sensata seria começar a valorizar o enorme benefício que exite em fracassar. E assim, se permitir falhar de vez em quando. Paradoxalmente, quanto mais nós falhamos, mais perto chegaremos à perfeição por causa do que aprendemos.
Penso que os acontecimentos que chamamos de "falhas" só serão realmente falhas, se permitirmos que eles sejam. No coaching dizemos que não há falha, apenas feedback. Cada uma dessas falhas é uma oportunidade e experiência de aprendizagem.
Nós não somos perfeitos. Então vamos fazer o melhor que pudermos e aprender com as oportunidades.
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