quinta-feira, julho 19, 2007

COACHING – UM CAMINHO PARA QUEM QUER DESENVOLVER COMPETÊNCIAS

Aí vai um texto meu que foi publicado no www.rh.com.br. Estarei dando um curso de Introdução ao Coaching nos próximos dias 10 e 11 de agosto, com chancela da Lambent do Brasil e certificado emitido por eles, da qual sou Trainer Licenciada. para maiores informações, mande-me um e-mail: ada@ccaajustkids.com

Coaching é uma profissão que vem se expandindo no Brasil impelido pelo sucesso alcançado por essa ferramenta nos Estados Unidos e na Europa. A gestão de pessoas através do conhecimento dos recursos internos que cada um de nós possui e da quebra de crenças limitantes que nos impedem de atingir metas, desenvolve competências individuais que passam a ser um grande diferencial competitivo tanto para a carreira do profissional como para a empresa que ele representa. Exercido por um profissional qualificado, o processo de Coaching é muito efetivo no desenvolvimento de novas competências. Um estudo publicado no Public Personel Management Journal concluiu que, os executivos que participaram de um treinamento gerencial aumentaram em 22,4% sua produtividade. E aqueles que tiveram Coaching após esse mesmo treinamento, aumentaram sua produtividade em 88%.

O que é Coaching

É a habilidade de ajudar as pessoas a analisar sua satisfação em relação à vida, definir metas claras, entender o que é preciso ser feito para identificar e mudar suas crenças limitantes.
O processo de coaching leva o cliente a:

  • Olhar para seu interior e encontrar suas próprias respostas e recursos;
  • Estabelecer metas e manter-se focado até realizá-las;
  • Aumentar sua capacidade de responsabilizar-se pela própria vida e carreira;
  • Receber feedback e apoio constante do Coach.

Qual é o papel do coach?

O coach é um profissional treinado e certificado que atende o cliente de coaching, e sua função é alinhar-se com as metas que o cliente quer atingir colaborando para que este se responsabilize em realizar suas metas de ação durante a jornada que o levará a realizar seus sonhos ou projetos que foram sendo engavetados na dinâmica da vida. Ele orienta o cliente na expansão de suas habilidades, de sua identidade, de seus recursos internos, e lhe mostra novos comportamentos e habilidades enquanto vai desmontando suas crenças limitantes.

Que resultados o coaching proporciona?

Pesquisas efetuadas com profissionais que passaram por um processo de coaching mostram os seguintes benefícios alcançados pelos executivos em ordem decrescente:
1. Trabalho em equipe (67%).
2. Relacionamento com pares (63%).
3. Satisfação no trabalho (61%).
4. Aumento de produtividade - 53% dos executivos
5. Redução de conflitos (52%)
6. Qualidade (48%)
7. Organização (48%)
8. Comprometimento com a organização (44%)
9. Atendimento ao cliente (39%)
10. Retenção dos executivos (32%)
11. Redução de custos (23%).

Estudos feitos por empresas apontaram a perda de 87% das habilidades aprendidas pelos seus colaboradores em treinamento, se não houver acompanhamento de Coaching posterior, mesmo que o treinamento tenha elevada qualidade. Os resultados ficarão comprometidos no longo prazo na ausência de um programa efetivo de Coaching e um novo método sugerido neste treinamento será utilizado por alguns dias, mas se a equipe não sentir-se confortável, ela retornará rapidamente ao método antigo e o investimento feito com o treinamento será perdido.

Que competências podem ser desenvolvidas?

No campo empresarial o coaching é usado para aumentar as competências do executivo ou empresário, para que ele se torne um líder mais efetivo e que aplique o coaching também com seus liderados.

Algumas competências normalmente desenvolvidas:

  • Aceitar e liderar mudanças;
  • Desenvolver liderança refinada;
  • Foco na produtividade e nos lucros;
  • Ser um agente para melhorar a qualidade de vida no ambiente de trabalho;
  • Trabalhar eficientemente em equipes;
  • Solucionar conflitos.

No âmbito pessoal contribui para o desenvolvimento da carreira à medida que ajuda a reavaliar e equilibrar todas as áreas de sua vida. O coaching ajuda-o a se transformar na pessoa que você quer ser desfazendo as crenças limitantes que o impedem de crescer e reforçando suas potencialidades.
Alinha quem você é com o que você faz.

Quais as diferenças entre Consultoria, Mentoring, Psicoterapia e Coaching?

- Consultoria aponta processos não eficientes na organização e sugere soluções;
- O Mentor é alguém experiente na empresa ou na profissão do seu pupilo. É um conselheiro sábio e confiável que tem grande interesse no desenvolvimento e progresso de uma pessoa inexperiente.
- Psicoterapia é trabalhar com um cliente que procura alívio para sintomas físicos e psicológicos. O cliente quer a cura emocional e o alívio do sofrimento mental.
- Coaching ajuda o cliente a desenvolver competências comportamentais e manter-se focado na realização de suas metas.

Treinamento ou Coaching?
As pessoas que participam de um treinamento, mas não recebem coaching com foco nos novos comportamentos ou idéias que foram treinadas, tendem a aplicar por pouco tempo os processos aprendidos, e geralmente voltam aos mesmos processos que utilizavam antes do treinamento.
Estes resultados podem ser atribuídos aos seguintes fatores:
a. O cérebro humano tende a continuar fazendo aquilo que já está neurologicamente programado.
b. Quando se implanta algo novo os primeiros resultados costumam ser piores do que aqueles obtidos com os métodos antigos. A ansiedade gerada por esta redução acontece devido à curva de aprendizado, quando um indivíduo que está aprendendo algo novo tem resultados inferiores aos obtidos com os comportamentos anteriores. É importante que a pessoa supere a curva de aprendizado alcançando resultados melhores, comparados aos que obteria caso tivesse mantido os hábitos antigos.
Se o processo de coaching for iniciado logo após o treinamento haverá implementação e manutenção dos novos conhecimentos, superando a ansiedade e ganhando confiança para a aquisição de novos hábitos.

quinta-feira, julho 05, 2007

COACHING - RESULTADO SIM, MAS PARA QUEM?



Coaching – resultado sim, mas para quem?

Ivonette da Nova Cardozo*

A grande preocupação de uma organização quando contrata coaching -programa de desenvolvimento pessoal e profissional, personalizado e direcionado para quem já está no mercado– é o resultado a ser obtido. A primeira pergunta do coach –profissional especializado que conduz o processo- ao estabelecer a relação com o coachee –participante do processo– é: qual o objetivo que você quer alcançar? Desta forma estabelece o compromisso do profissional com o resultado do processo. Avançando neste movimento para estabelecer o contrato do processo é preciso compreender a convergência entre a estratégia da organização e as competências profissionais requeridas.

Normalmente, o coaching é a solução encontrada para minimizar os gaps entre o perfil do profissional indicado para o processo e a expectativa que a organização tem com relação ao desempenho deste nas suas funções.

Nossa experiência nos põe em contato com outras demandas como, por exemplo, gestão de mudanças, a habilidade de lidar com o stress de maneira positiva, o gerenciamento de conflitos, a transição de carreira, a preparação para a aposentadoria, além da adaptação a novos contextos culturais como, por exemplo, o coaching para os expatriados.

Partimos das premissas que o coaching instiga a tomada de consciência do cliente sobre suas potencialidades e necessidade de desenvolvimento, incentiva-o a querer aprender continuamente e, por fim, a produzir os melhores resultados na sua vida pessoal e profissional. Desta maneira, reforça Jussara Dutra, Mestre em Business Psychology, consultora organizacional e coach de executivos, é importante manter o compromisso que se estabelece no coaching não apenas com os resultados a serem atingidos, mas com a pessoa como um todo, seu desenvolvimento e sua realização.

O coaching é uma excelente ferramenta para proporcionar o contato real com os pontos fracos, limitadores do desempenho e os pontos fortes, propulsores da aplicação das competências. Este é um ponto importante para uma pausa e uma reflexão mais detalhada desta ferramenta cujo foco, além dos resultados transformados em liderança eficaz, produtividade, promoção e manutenção do clima organizacional, também reflete os ganhos pessoais de equilíbrio, autoconhecimento, consideração por si e pelas diferenças que formam o ambiente de trabalho e pela conquista das metas pessoais.

Por que falamos em contato real? Por ser o presente o objeto de investigação e o campo de acesso à aplicação do conhecimento, das habilidades e das atitudes do coachee através das intervenções realizadas pelo coach a partir da análise de insumos como feedback recebido de subordinados, pares e superiores e de ferramentas utilizadas nas organizações como, por exemplo, avaliação de desempenho e de competências.

Alguns dados demonstram a efetividade dos resultados de coaching. Um estudo publicado no Public Personnel Management Journal concluiu que os gerentes que passaram por um treinamento gerencial mostraram uma melhora de 22,4% na sua produtividade. Entretanto, um segundo grupo que recebeu coaching depois desse mesmo treinamento aumentou sua produtividade em 88%." (F. Turner, Ph.D. CEO Refresher 2001). Trata-se de um sinalizador que demonstra o risco em processos de coaching sem vinculação com educação continuada. Mostra ainda que a educação continuada é essencial para desdobramento e a sustentabilidade das ações desenvolvidas no coaching.

Seguramente a resposta para a grande preocupação acerca do resultado do coaching é que este promove ganhos para todos os envolvidos. Para o profissional que assume as suas responsabilidades de escolha frente ao processo e se compromete com as mudanças necessárias, para a organização que passa a contar com um profissional com a consciência voltada para o desenvolvimento não apenas de forma pontual, mas contínua e para o próprio coach que aprende e também ganha com a relação estabelecida.

domingo, julho 01, 2007

DE FORD AO COACHING - UMA RETROSPECTIVA

De Ford ao Coaching - Uma retrospectiva

Abril 2007

O Coaching, que vem sendo aplicado com sucesso atualmente nas empresas, é uma evolução de conceitos e práticas adotadas nas organizações desde o início do século passado. Isso não diminui sua importância, pelo contrário, mostra que um dos caminhos para atingir resultado positivo na Administração, é buscar fundamentos em experiências bem sucedidas no passado e acrescentar a elas uma nova abordagem.

Periodicamente a Administração voltada a resultados vem sendo agraciada com técnicas que se apresentam e se caracterizam como uma nova "moda" que vem substituir a que dominava até então. Às vezes o fundamento não muda de uma técnica para outra, mas há uma mudança na maneira de atingir os objetivos e, portanto, nas ferramentas adotadas. O fato de não mudar os fundamentos não é necessariamente ruim, visto que as diferentes técnicas normalmente se apóiam na motivação da equipe, na definição de rumo, na determinação de metas e no acompanhamento de resultados. O que tem mudado de uma técnica para outra é a abordagem.
Umas são mais pragmáticas, como as que representam a escola clássica da administração, com forte visão em resultados, outras levam fortemente em consideração a cultura das organizações como é o sistema Toyota de produção, e outras se apóiam na mudança do comportamento com forte apelo na conscientização e formação humana como, por exemplo, o coaching.

Nos princípios do século passado a escola clássica se fundamentou nas importantes contribuições de Ford e sua linha de montagem móvel e em Taylor com sua abordagem científica. Na visão da época o trabalho era considerado um insumo da produção assim como o material, a energia elétrica, etc. Em última análise o homem era também simplesmente um insumo de produção.
Posteriormente Deming trouxe o PDCA, importante ferramenta para aumento da produtividade. Vieram também Ishikawa com seu famoso diagrama espinha-de-peixe e Taichii Ono com o Sistema Toyota de Produção, Kaizen, kanban, dentre outros.

Nos anos 80 Kepner e Tregoe se tornaram conhecidos com suas ferramentas de AP - análise de problemas, relação de causa e efeito, APP - análise de problemas potenciais. Na mesma época veio a "moda" dos CCQs- círculos de controle da qualidade que se disseminaram pelas empresas de tal forma que aquela que não tivesse seus grupos de CCQ era tida como antiquada pelo meio empresarial.

Na medida em que tais teorias foram surgindo ao longo da história, sua evolução acompanhou, sabiamente, a mudança do comportamento humano no mesmo período. Desde o início do século XX vem acontecendo gradativamente a valorização do homem, do indivíduo na sociedade e por conseqüência no ambiente de trabalho. Hoje as empresas não hesitam em considerar o conhecimento e seus empregados como seu maior patrimônio. Ford não pensava dessa forma. Ao longo dos tempos, em função de aspectos sociais e da concorrência, as empresas passaram a depender cada vez mais do envolvimento e comprometimento de seus empregados. Em paralelo aconteceu o fortalecimento dos sindicatos, a adoção de prêmios por produtividade e necessidade de aprimoramento da qualidade, associados a mercados de porte global e muitas vezes predadores que levam a uma luta exacerbada pela sobrevivência. Muitos foram os importantes autores que contribuíram para uma nova visão da Administração nas empresas dentre os quais situa-se Peter Drucker.

Nos anos 80/90 as empresas que se encontravam em dificuldade e precisavam de uma medida forte para definir seu destino, seja sua revitalização, seja seu desaparecimento, contaram com a Reeengenharia criada por Hammer e Champy. Um amargo remédio que cura ou define a morte da empresa.

Importante também lembrar das técnicas preconizadas pelo Planejamento Estratégico, que solidificou a importância da determinação da visão, missão, pontos fortes e fracos, estabelecimento de objetivos e metas.

Essas teorias aparecem como se fossem ondas ao longo do tempo. As empresas têm demonstrado precisar dessas novidades como elementos de motivação interna de suas equipes na busca de aumento de produtividade, qualidade, penetração no mercado, em resumo, maior lucro.

Hoje, praticamente 100 anos depois de Ford, o coaching ocupa esse espaço e constitui uma ferramenta adequada aos tempos atuais que se fundamenta, dentre outros fatores, em um forte apoio na formação e no comportamento dos envolvidos. Ford motivou seus empregados reduzindo a jornada de trabalho para 8 horas diárias e dobrou os salários para 5 dólares por dia.

Hoje a motivação vai muito além de simples medidas pragmáticas. É muito mais sofisticada porque o homem está mais sofisticado. O coaching se caracteriza como uma forma de aprendizado que aumenta a capacidade de ação do treinando, denominado de coachee. À semelhança de outras técnicas aludidas nesse texto o coaching conta com uma base conceitual e com ferramentas que viabilizam a aplicação da técnica. E a técnica consiste, resumidamente, da formação do coachee, na determinação da missão, na definição de metas e no acompanhamento de resultados. Ou seja, não se trata de uma proposta mágica, mas de uma nova modalidade motivacional, consistente e útil para se buscar aprimoramento e resultado tanto para os indivíduos como para as empresas. Por que não tentar?

Autor: Renato de Arruda Penteado Neto
Empresa: Engenheiro Eletricista - UFPR Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica - UFPR
Especialista - Universidade de Leeds - InglaterraPesquisador - Lactec
Professor Universitário
Coach pelo ICI